Bárbara bela,
Do Norte estrela,
Que o meu destino
Sabes guiar,
De ti ausente
Triste somente
As horas passo
A suspirar.
Isto é castigo
Que Amor me dá.
Por entre as penhas
De incultas brenhas
Cansa-me a vista
De te buscar;
Porém não vejo
Mais que o desejo,
Sem esperança
De te encontrar.
Isto é castigo
Que Amor me dá.
Eu bem queria
A noite e o dia
Sempre contigo
Poder passar;
Mas orgulhosa
Sorte invejosa,
Desta fortuna
Me quer privar.
Isto é castigo
Que Amor me dá.
Tu, entre os braços
Ternos abraços
Da filha amada
Podes gozar;
Priva-me a estrela
De ti e dela,
Busca dos modos
De me matar!
Isto é castigo
Que amor me dá.
*Inácio José de Alvarenga Peixoto*
[1744 - 1793]